No primeiro domingo do Advento, dia 03 de dezembro, passaremos a utilizar na celebração da missa os textos da nova tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano. É o mesmo Missal Romano pós Concílio Vaticano II, também chamado de Missal de Paulo VI.

O Papa São João Paulo II promulgou uma nova edição típica do Missal Romano, em 2002. Desde então começou a tradução brasileira que durou 19 anos e foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e confirmada pela Santa Sé, através do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

É uma tradução aperfeiçoada, buscando aproximar a tradução do português do Brasil dos formulários em latim. Não houve mudança no rito da missa, mas uma nova tradução das suas orações. Mas há algumas novidades, como os formulários completos para as Missas feriais do Tempo do Advento e do Tempo da Páscoa; a Missa da Vigília da Epifania do Senhor; 12 novos prefácios no Ordinário da Missa; revisão da tradução das Orações Eucarísticas; atualização no Ato Penitencial; e a inclusão dos Santos brasileiros no "Próprio dos Santos", e incorporação de disposições realizadas pelo Papa Francisco, como a inclusão de São José nas Orações Eucarísticas II, III e IV, e várias mudanças no Calendário Litúrgico Universal, entre outras.

É bom lembrar que o Missal Romano é o segundo livro litúrgico mais importante. Nele estão as orações e orientações para as celebrações eucarísticas. O livro mais importante nos ritos da Igreja é o Evangeliário, que traz os textos do Evangelho.

Esta nova edição do missal romano revela o cuidado da Igreja com a Liturgia, e deve ser também uma oportunidade para vivenciá-la melhor, e participarmos de forma mais consciente dos mistérios que celebramos. A iniciação litúrgica, fundamental em todo processo de iniciação cristã, deve ser alimentada com formação constante, para que possamos usufruir com profundidade desta fonte de graça.

De fato, sem essa compreensão teológica da liturgia, não conseguiremos perceber que os ritos e rubricas são caminhos através dos quais celebramos o evento da salvação, a ação do próprio Cristo que atualiza para a nossa vida o mistério de sua morte e ressurreição, da nossa redenção. Não esqueçamos o que Cristo disse: “Fazei isto em memória de mim”.

O missal deve tornar-se, portanto, para nós, uma fonte de espiritualidade, como nos recorda a Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Sagrada Liturgia: “ É desejo ardente na mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da Liturgia exige e que é, por força do Batismo, um direito e um dever do povo cristão, ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido’ (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5). Na reforma e incremento da sagrada Liturgia, deve dar-se a maior atenção a esta plena e ativa participação de todo o povo porque ela é a primeira e necessária fonte onde os fiéis hão de beber o espírito genuinamente cristão. Esta é a razão que deve levar os pastores de almas a procurarem-na com o máximo empenho, através da devida educação” (SC, n.14).