5ª SESSÃO SINODAL

DIMENSÃO LITÚRGICA[1]

1.- Introdução

Tendo em vista o crescimento da Pastoral Litúrgica na Diocese de Santos e dentro da caminhada do Sínodo, a Comissão Diocesana de Pastoral Litúrgica – CODIPAL, foi convocada a orientar os trabalhos de preparação para a Assembléia Sinodal Diocesana da Dimensão Litúrgica. Para isso, essa Comissão reuniu-se para propor um método de trabalho que pudesse envolver as comunidades paroquiais, buscando conhecer a realidade celebrativa desta parcela do Povo de Deus. Para tal, preparou um texto para reflexão, acompanhado de uma pesquisa que, depois de aprovado pela Comissão Central do Sínodo, foi enviado às paróquias. Após refletir sobre o referido texto, os párocos com uma equipe de dez membros deveriam responder à mencionada pesquisa. O retorno foi considerado bom já que atingiu 80% das 480 pesquisas que foram distribuídas.
Após realizar a tabulação das respostas, a Comissão apresentou o resultado ao clero, religiosos e leigos que, na época, participaram da Jornada de Estudos Pastorais (JEP), pela manhã e à noite. Foi preparada uma segunda pesquisa, visando conhecer os aspectos do ambiente, da preparação das pessoas que atuam na liturgia e daqueles que dela participam. Um total de 296 pessoas responderam à pesquisa. Nova tabulação foi feita e apresentada também na seguinte Jornada de Estudos Pastorais.
Dando seqüência à dinâmica da caminhada do Sínodo, cada paróquia deveria realizar uma Assembléia com seus membros, com o objetivo de envolvê-los e dar-lhes a conhecer a realidade litúrgica da Diocese e, de modo particular, da sua Região Pastoral. A Comissão preparou o material necessário, enviando uma cópia do resumo das tabulações, juntamente com um texto para reflexão e orientação para a participação nas Assembléias Sinodais Paroquiais e Regionais.

2.- Fundamentação Teológica

Toda a ação pastoral terá como ponto referencial a liturgia, na qual se celebra a memória e se proclama a atualidade do projeto messiânico.
Uma das tarefas da dimensão litúrgica é estimular e educar a comunidade cristã a traduzir em gestos celebrativos o que sua sensibilidade de fé interpreta como sinal dos tempos e Kairós, tornando-se uma concretização da história da salvação.
“Essa dimensão expressa a Igreja como comunidade sacerdotal organicamente estruturada pelos sacramentos, nos quais celebra os mistérios da fé. “Na liturgia, especialmente na Eucaristia, celebra-se a realidade fundamental da Páscoa: morte e ressurreição de Jesus Cristo, morte e ressurreição do Batizado em Cristo. Na ação litúrgica, devem encontrar espaço todas as realidades da vida cotidiana do cristão, pois é com todos os aspectos da sua pessoa que ele tem de passar deste mundo ao Pai. Ao participar na celebração, o cristão terá presente suas aspirações, alegrias, sofrimentos, projetos, bem como os de todos os seus irmãos. E colocará todas estas intenções na oração que sua comunidade, com toda a Igreja, dirige ao Pai, com Cristo Salvador, na unidade do Espírito Santo”.
A dimensão litúrgica exprime, pois, o caráter celebrativo da Igreja. Constitui, na terra, a expressão mais significativa da comunhão eclesial. Na liturgia, o Povo de Deus encontra seu momento maior de festa e de comunhão eclesial.
A Liturgia é, acima de tudo, fonte e lugar de comunhão e evangelização, pois ela é a própria Boa Nova presente e celebrada como acontecimento no agora da Igreja. Não pode ser vista, apenas, como meio e instrumento pedagógico para aprofundar conhecimento dos fiéis.
Nenhuma atividade pastoral pode realizar-se sem se referir à liturgia. Toda e qualquer celebração tem dimensão evangelizadora e catequética, enquanto aceita o homem como ser sacramental. Por ela, a criação inteira se torna, de certa forma, sacramento de Deus.
Levando-se em conta a sensibilidade cultural do nosso povo, é meta da adaptação da liturgia, num justo e sadio processo de inculturação, a introdução de novos símbolos, de novos ritos de sacramentais para diversas necessidades e circunstâncias da vida, mais compreensíveis ao povo de hoje, porque criados pela piedade popular, experimentados nas CEB’s e outros grupos de oração, ou ainda, provenientes das exigências da modernidade.”

3.- Orientações Sinodais

Foram escolhidas as seguintes prioridades para a Dimensão Litúrgica:
1.- Criar, formar e treinar, em todas as paróquias e comunidades, equipes para a Liturgia e Celebrações;
2.- Criar e formar, em todas as paróquias e comunidades, o serviço de acolhida ao povo (Ministério específico);
3.- Criar comissões regionais a fim de colaborar na formação, animação e integração das equipes paroquiais de Pastoral Litúrgica.

À luz das reflexões havidas por ocasião do estudo e aprofundamento desta Dimensão, o Sínodo determina as seguintes normas:
1.- A Comissão Diocesana de Pastoral Litúrgica elaborará o planejamento geral e um planejamento anual, no qual deverão constar:
1.1.- objetivo geral;
1.2.- objetivos específicos;
1.3.- meios;
1.4.- formas de avaliação e revisão;
2.- A Comissão Diocesana de Pastoral Litúrgica assessorará os eventos e cerimônias de âmbito diocesano;
3.- A Comissão Diocesana de Pastoral Litúrgica anualmente promoverá uma Semana de Estudos Litúrgicos, de Canto Pastoral e de Música Instrumental;
4.- A Comissão Diocesana de Pastoral Litúrgica terá um assistente eclesiástico nomeado pelo Bispo Diocesano, o qual escolherá a equipe diocesana de Liturgia, a ser confirmada pela Autoridade Diocesana. Normalmente a referida equipe será escolhida entre os coordenadores das Equipes Regionais.
5.- O prazo de atuação será de 4 anos podendo ser reconduzido por mais um período.


[1] – DGAP. doc. 45, n. 91-95